Torre de Bambu
Introdução
O projeto da torre de bambu foi patrocinado pela APC para compartilhar com o programa Conectar os Não Conectados.
Este projeto foi selecionado para o festival de cinema do Fórum da Internet em Estocolmo.
Veja o filme
Durante a pandemia de Covid-19, propus através dos grupos que me permeiam como coolab e PSP, prototipar uma construção de torre de bambu como uma contribuição específica para uma infraestrutura de Rede Comunitária mais inclusiva e localmente desenvolvida.
Primeiramente, fiz muita pesquisa sobre o tema e a possibilidade de construir uma torre de bambu.
Planejamento
O bambu precisa passar por um processo muito cuidadoso de secagem e tratamento contra fungos e ácaros que podem danificar a estrutura no futuro, mas isso leva um certo tempo, que não corresponde aos prazos de execução e entrega do projeto.
Então decidi por um processo que pudesse ser corrigido no futuro caso algo desse errado durante os processos iniciais. A ideia era montar uma estrutura modular, para que se algo desse errado com uma parte, pudesse ser facilmente substituída.
Tratamento
O tratamento escolhido para este projeto foi o Bolcherrier Modificado. Normalmente nas comunidades é utilizado o tratamento por queima, cobertura com óleo diesel ou a substituição da seiva. O Bolcherrier modificado é muito semelhante à substituição da seiva, que consiste em substituir a seiva no bambu recém-cortado por uma solução de ácido bórico e sulfeto de cobre por efeito capilar. No entanto, o efeito capilar pode não ser homogêneo, deixando partes do bambu sem tratamento, o que pode ser um ponto fraco para a estrutura no futuro. Para evitar isso, bombeamos a solução através do bambu com uma bomba caseira construída com um motor de geladeira reutilizado.
Junção
O desafio deste protótipo seria as peças de ligação entre os bambus. E como não existem peças desse tipo no mercado, a ideia era criar essas peças com o apoio das pessoas da comunidade, aproveitando o conhecimento local:
Peças Modulares
Como mencionado anteriormente, uma das decisões mais importantes do projeto foi a escolha de uma estrutura modular. Assim, antes da montagem, as peças foram preparadas para se encaixarem. Basicamente, temos três tipos de peças: peças horizontais, peças verticais e peças do topo.
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As peças da base são duplas com peças de junção apenas em uma das extremidades:
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As peças horizontais não recebem nenhuma peça de junção:
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As peças verticais têm peças de junção em ambas as extremidades.
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E as peças do topo receberam uma peça de junção especial, devido à inclinação necessária para que as peças se encontrem no topo da torre.
Fundação
Para a fundação, foram feitos 4 buracos em cada extremidade de um quadrado de YxZ de comprimento.
Os buracos foram preenchidos com uma massa numa proporção de areia/cimento/pedra de x:y:z. E antes da cura do cimento, foram colocadas barras de ferro 5/16 para estruturar as primeiras peças da base, que, neste caso, eram duplas, porque a base normalmente é a parte que recebe mais carga ao longo do tempo.
Montagem
A montagem começou das peças duplas dos 4 cantos da base, essas peças foram concretadas na espera de ferro que foi deixada na estrutura, com o auxílio de buracos feitos no nível mais alto do último gomo.
Depois de dois dias de cura do concreto, as primeiras peças verticais são posicionadas acima das peças de junção no topo das peças da base e na sequência as outras peças horizontais são colocadas acima para fazer pressão e estruturar a torre até a peça do topo.
No final, é necessário colocar mais um tipo de peça que não foi mencionado anteriormente, que são as peças diagonais, elas têm a função de travar a estrutura.
E então a cereja do bolo, com um mastro que vai posicionado dentro da peça de junção do topo, podemos fixar o roteador e espalhar o sinal mais longe e desviado das barreiras da vida.
Após esse primeiro esforço, a LocNet começou a incluir designs de torres de bambu em sua identificação de tecnologias fundamentais, ou seja, todos os elementos-chave que contribuem para abordagens de conectividade e comunicações sustentáveis, autônomas e orientadas pela comunidade.